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Channel: Cult – TV em Análise Críticas
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Assunto da semana: Entre homens foguete e cavalos rebeldes

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Bonoro chamou Elton John de infame na posse

Fotos Michael Kovac/Getty Images para NARAS/30.01.2018 e Evaristo Sá/AFP/Getty Images/01.01.2019


De cada dez músicas cantadas por sir Elton John no especial do Grammy I Still Standing, que a Record mostrou na virada de ano, dez foram consideradas infames pelo presidente Jair Bolsonaro, 63, no discurso de posse na tarde da terça-feira (1º), em Brasília. A metralhadora giratória de Bonoro, cruza de Bolsonaro com Sérgio Moro, não perdoa o pop. Não poupa a Lady Gaga, o Sam Smith. Para Mito, Gaga e Sam são petralhas, da mesma forma que Capinam, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, João Gilberto, para não citar os mortos.
No padrão Bolsonaro de ética, moral e bons costumes, os óculos escandalosos do intérprete de Rocket Man seriam uma aberração indigna de passar nas tevês do Governo Federal, a NBR e a TV Brasil, ainda na linha de tiro. Mito não quer uma Record federal para se contrapor à Record, mas usa a Record privada para atirar em jornalistas da Rede Globo, da Folha de S. Paulo, do Correio Braziliense, de O Estado de S. Paulo, apenas para citar alguns veículos. Na hygiene bolsonarista, nada que remeta a Just Dance ou Born This Way é aceito. Fora Angela Ponce!
A caravana de artistas que encerrou o especial, exibido pela CBS americana em 15 de março do ano passado, parecia representar a síntese do que as queimas de fogos abafaram. De oito canções do programa, só peguei metade delas. Me planejei para mudar de canal ao término de uma delas e ver a cobertura da Globo. Errado. A Band tinha também seu show da virada, mas ao vivo, com a mesma Ivete Sangalo exposta em dois canais. E eu lá quero saber de Raça Negra depois do Reveillón de Nashville, Dallas, Nova Orleans e Cidade do México? Fui dormir vaticinando.
É óbvio que na área musical Bolsonaro tem seus protegidos. Todos cantores sertanejos. Mas Amado Batista não o é. Nem nunca foi. É cantor de música romântica. É uma espécie de Julio Iglesias de Goiás agora governado pelo Ronaldo Caiado, aquele senador do DEM que no golpe de 2016 chamou a Gleisi Hoffmann de “ladra de aposentados” e receber de volta a alcunha de “ladrão de trabalhador escravo”. Bruno e Marrone, Luan Santana, Mateus e Kauan, beneficiários da Lei Rouanet, esses o são. À Record que passou Elton John faltou discernimento. Até sábado.


Publicação simultânea com o TV+Vida do Jornal Meio Norte deste sábado (5/1)


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